ATA DA SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 28-01-2009.

 


Aos vinte e oito dias do mês de janeiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, DJ Cassiá, Dr. Raul, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Maria Celeste, Pedro Ruas e Sebastião Melo, Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Carlos Todeschini, Luiz Braz, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol, Toni Proença e Waldir Canal, Titulares, e os Vereadores João Carlos Nedel e Valter Nagelstein, Não-Titulares. Na ocasião, foi apregoado Ofício do Senhor Elói Guimarães, informando sua investidura no cargo de Secretário da Administração e dos Recursos Humanos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a contar de vinte e seis de janeiro do corrente. Também, foi apregoado o Ofício nº 059/09, do Senhor José Fogaça, comunicando que se afastará do cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, do dia vinte e oito de janeiro ao dia quatorze de fevereiro do corrente, para gozo de férias. Ainda, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, informando que Sua Excelência substituirá o Vereador João Carlos Nedel na titularidade da Comissão Representativa, na presente Reunião, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 026 e 027/09, do Senhor Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF –; 2581, 3559, 4037 e 4598/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Reunião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Reunião de Instalação e da Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta Reuniões Ordinárias. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Celeste propôs visita dos Senhores Vereadores ao Centro Popular de Compras de Porto Alegre, tendo em vista relatos recebidos por Sua Excelência, de problemas de falta de segurança e infraestrutura no prédio desse empreendimento. Ainda, informou que encaminhará ofício à Presidência desta Casa, solicitando medidas para averiguar denúncias divulgadas pela imprensa, de casos de nepotismo no Governo Municipal. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Humberto Ciulla Goulart, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB –, e da Senhora Maria Luiza Suarez Moraes, ex-Vereadora deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell apoiou sugestão da Vereadora Maria Celeste, para que seja efetuada visita ao Centro Popular de Compras. Também, protestou contra a atuação da Brigada Militar, ontem, durante manifestação de estudantes contrários a reajustes na tarifa do transporte coletivo em Porto Alegre. Finalizando, comentou artigo publicado na edição de hoje do jornal Zero Hora, de autoria do Senhor Jorge Barcellos, intitulado “Vila Chocolatão: até quando?”. Após, o Senhor Presidente informou que a reunião da Mesa Diretora e do Colégio de Líderes programada para o dia de hoje foi transferida para as dez horas do dia quatro de fevereiro o corrente. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Deputada Federal Luciana Genro, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Carlos Roberto de Souza Robaina, Presidente do Diretório Estadual do PSOL. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Raul discorreu sobre o incêndio ocorrido no dia vinte e seis de janeiro do corrente na Vila Chocolatão, manifestou-se acerca do Centro Popular de Compras de Porto Alegre e saudou a possibilidade apresentada pelo Grupo Hospitalar Conceição, de instalação de um Centro de Planejamento Familiar nas dependências dessa entidade. Além disso, abordou o Projeto de Lei do Legislativo nº 111/08, de sua autoria, que viabiliza aos idosos e aos portadores de deficiência o agendamento telefônico de consultas médicas. A Vereadora Maria Celeste teceu considerações acerca do incêndio ocorrido na última segunda-feira na Vila Chocolatão, afirmando que se observa nessa Vila uma ausência do Poder Público no atendimento e assistência às famílias que ali residem. Sobre o assunto, propugnou pela construção de um galpão de reciclagem de resíduos sólidos, bem como a instalação de equipamentos e infraestrutura que oportunizem a essa comunidade condições efetivas de trabalho e geração de renda. O Vereador João Antonio Dib discutiu questões atinentes ao Centro Popular de Compras de Porto Alegre. Também, declarou que o Departamento Municipal de Habitação está empenhado na busca de soluções para os problemas enfrentados pela comunidade da Vila Chocolatão, comparando posicionamentos atualmente assumidos por Vereadores desta Casa com manifestações ocorridas no período em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção do Governo Municipal. O Vereador Nelcir Tessaro lembrou que as dificuldades vivenciadas pela Vila Chocolatão existem já há muitos anos, citando ações nessa área implantadas por Sua Excelência no ano de dois mil e cinco, quando era Diretor-Geral do DEMHAB. Ainda, solicitou aos moradores dessa Vila que avaliem as possibilidades de moradia e condições de trabalho encontradas em terreno localizado na Avenida Protásio Alves, disponibilizado pelo Poder Executivo para transferência dessa comunidade. O Vereador Pedro Ruas informou que encaminhará à Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana protesto contra a ação da Brigada Militar durante manifestação de estudantes contrários a reajustes nas passagens de ônibus em Porto Alegre. Igualmente, propugnou por medidas do Governo Municipal para que sejam viabilizadas melhores condições de vida à comunidade da Vila Chocolatão sem a transferência desses moradores da área onde atualmente residem. Em prosseguimento, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem regimental para pronunciamento dos Senhores Vereadores no período de Comunicações. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 014/09, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Ruas, Adeli Sell, Airto Ferronato, Luiz Braz, DJ Cassiá, Dr. Raul, Juliana Brizola, Reginaldo Pujol e Toni Proença. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Carlos Nedel discorreu sobre as obras do Centro Popular de Compras, enfatizando a importância desse empreendimento para revitalização da área central de Porto Alegre. Da mesma forma, analisou propostas do Governo Municipal para transformar espaços do Cais do Porto da Cidade em pólos de atração turística. Finalizando, debateu a destinação de verbas públicas federais para o Fórum Social Mundial, iniciado ontem no Estado do Pará. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Carlos Todeschini reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador João Carlos Nedel, em Comunicação de Líder, acerca do Fórum Social Mundial, citando benefícios econômicos e culturais resultantes da realização desse evento. Ainda, discutiu a crise econômica observada em nível mundial, asseverando que grandes corporações vêm demitindo funcionários ao mesmo tempo em que promovem a capitalização de suas empresas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Valter Nagelstein, afirmando que críticas devem ser construtivas, embasadas no respeito a pessoas e entidades envolvidas, contraditou o pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, em Comunicação de Líder, defendendo a gestão do Prefeito José Fogaça. Além disso, manifestou-se quanto ao Programa Estadual de Microcrédito desenvolvido por Sua Excelência quando integrava a equipe do ex-Governador Germano Rigotto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valter Nagelstein deu continuidade ao seu pronunciamento em Comunicação de Líder, destacando cuidados necessários em manifestações dos Vereadores nesta Casa. Também, registrou seu reconhecimento à presteza do Departamento Municipal de Habitação quando do incêndio ocorrido na Vila do Chocolatão. Finalizando, informou ter sido definida a indicação de mais dois Vice-Líderes do Governo para atuação neste Legislativo. O Vereador Luiz Braz abordou manifestações efetuadas pelos Senhores Vereadores durante a presente Sessão, tendo como tema o Fórum Social Mundial, declarando que os debates desse Fórum são direcionados a determinadas linhas de pensamento, não oportunizando o contraditório e descaracterizando o seu caráter teoricamente democrático. Nesse sentido, questionou a validade do investimento de recursos públicos para patrocínio das atividades integrantes desse evento. Após, o Senhor Presidente informou que o Senhor Idenir Cecchim, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, formulou convite para visita dos Senhores Vereadores ao Centro Popular de Compras, em horário a ser posteriormente definido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol declarou que a construção do Centro Municipal de Compras atesta a coragem do Prefeito José Fogaça em buscar soluções para os problemas envolvidos na presença de vendedores ambulantes em ruas de Porto Alegre. Ainda, aludindo ao incêndio ocorrido na Vila Chocolatão, propugnou por um trabalho de conscientização da comunidade ali residente quanto à necessidade de transferência dessas famílias para outra área da Cidade. Às onze horas e trinta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e Adeli Sell, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos a substituição do Ver. João Carlos Nedel, Titular da Comissão Representativa, pelo Ver. João Antonio Dib.

Apregoamos Ofício de Sua Excelência Ver. Elói Guimarães (Lê.): “Ao saudar cordialmente Vossa Excelência, valho-me do presente para, com fulcro no inciso VIII, parágrafo 1º do art. 218 do Regimento Interno e no inciso I da Lei Orgânica do Município, comunicar a minha investidura no cargo da Secretaria de Administração e Recursos Humanos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, conforme publicado em 27-01-09 no Diário Oficial do Estado - cópia em anexo -, manifestando, outrossim, a opção pelos vencimentos do cargo. Saudações”. Assina o Ver. Elói Guimarães; nós o cumprimentamos e lhe desejamos sucesso. Eu não tenho dúvida de que ele fará uma bela gestão à frente da Secretaria de Administração do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Apregoamos Ofício de Sua Excelência José Fogaça (Lê.): “Ao cumprimentá-lo cordialmente, comunico a V. Exª e aos demais Edis que estarei em gozo de férias de 28-01-09 até 14-02-09, período em que serei substituído pelo Exmo José Fortunati, Vice-Prefeito. Atenciosamente, José Fogaça.” Datado de 23 de janeiro de 2009.

Antes de conceder a palavra às Lideranças, quero dizer que estive afastado da Casa por uma semana e tive a honra de ser substituído pelo Ver. Adeli Sell, que cumpriu rigorosamente e extraordinariamente a presidência da Casa. Receba os nossos cumprimentos, Ver. Adeli, e que o senhor continue assim porque estará servindo bem não só a Câmara, mas também a nossa Cidade.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, três temas específicos me trazem imediatamente à tribuna na primeira ordem de fala no dia de hoje. O primeiro deles é a questão do camelódromo. Nós temos recebido denúncias de várias pessoas e hoje especialmente estamos aqui com um grupo de mulheres que estão trazendo problemas, questionamentos sobre o camelódromo. Aliás, falamos há mais de quinze dias sobre esse tema, sobre as diversas questões lá apontadas, sobre os diversos problemas que estão sendo colocados. Sabemos que o Ministério Público tem uma intervenção bastante contundente nesse aspecto, sabemos também do esforço que está sendo feito para dar conta de todas as questões levantadas pelo Corpo de Bombeiros em função do problema da insegurança.

Hoje mais uma questão foi apontada, é uma demanda dos motoristas dos ônibus da Região Metropolitana. Os motoristas imediatamente colocam a sua discordância e a sua preocupação em relação à obra, ao espaço ocupado pelos ônibus. Eu fico bastante preocupada, Ver. João Antonio Dib, porque me parece muito semelhante ao problema que houve na Av. Baltazar de Oliveira Garcia: a obra ficou pronta e, quando, na prática, foi vivenciada, houve problema na engenharia. Agora também o camelódromo enfrenta a mesma situação quando os ônibus ali aportam para fazer uso daquele equipamento. Nós estamos muito preocupados, e eu sugeri - não vejo ainda o novo Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, mas assim que ele chegar ao plenário vou conversar com ele - que esta Casa, Presidente Sebastião Melo, organize uma Comissão de representação externa, para que hoje ou mais tardar amanhã possamos estar juntos lá, todas as Bancadas desta Casa, institucionalmente, como Câmara Municipal, fazendo uma visita in loco. Nós temos verificado inclusive que a imprensa tem pedido laudos técnicos sobre a situação da engenharia e da obra do camelódromo.

Então, está na hora de esta Casa também, de uma forma coletiva e institucional, se posicionar sobre o tema. Não queremos que isso fique relacionado somente à oposição, ao PT; não queremos que seja uma iniciativa apenas e unicamente da Bancada de oposição desta Casa - o pessoal já concordou em estar junto nessa Comissão. Queremos que a Câmara Municipal esteja junto, numa Comissão de representação externa, verificando todos os problemas, ouvindo as pessoas envolvidas no camelódromo, os camelôs da Cidade, sobre todos os questionamentos. Quem sabe, assim, possamos contribuir para a resolução da questão.

O segundo tema que me traz à tribuna no dia de hoje é um tema que me deixa muito preocupada. Em 2006, aprovamos nesta Casa, Ver. Toni Proença, uma lei municipal dando conta da questão do nepotismo. Para nossa surpresa, verificamos, nos jornais de ontem da Cidade, uma denúncia de casos de nepotismo no Executivo Municipal; a denúncia foi feita por uma jornalista da imprensa do Município de Porto Alegre. Isso nos causa muita surpresa porque a lei aprovada em 2006 foi rigorosamente aplicada em 2007 pela Câmara Municipal. Na época, eu era Presidenta da Casa, e nós encaminhamos ofício ao Prefeito Municipal colocando a necessidade de que a Prefeitura se adequasse também naquele momento à lei implementada na prática a partir de 2007. Tivemos uma resposta positiva do Sr. Prefeito à época, e agora, para nossa surpresa, verificamos nos jornais que de fato não é bem assim. Existem casos de Secretários, no Executivo Municipal, que têm, sim, privilégio de ter suas mulheres, seus filhos, seus parentes em indicação de CCs em outras Autarquias ou nas próprias Secretarias do Executivo.

Então, enquanto Líder da Bancada do PT, estou encaminhando formalmente ao Presidente da Casa um Requerimento solicitando que o Presidente entre em contato imediatamente com o Prefeito para que ele tome as providências necessárias a fim de que a lei do nepotismo seja aplicada. A lei vale não apenas para a Câmara Municipal, como nós corretamente a aplicamos em 2007 - todos lembram aqui da adequação e do esforço que os Vereadores fizeram nesse sentido -; que o Prefeito Municipal tome providências em relação a esses Cargos de Comissão, que são de certa forma disponibilizados aos parentes de Secretários no Município de Porto Alegre. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença do nosso colega Ver. Humberto Goulart, Secretário Municipal da Habitação, que, entre tantos desafios, ainda li a sua matéria de hoje... Esta Casa, através da Comissão competente, vai se somar neste desafio, estamos atentos a este enorme desafio da nossa vizinha Vila Chocolatão. Quero saudar a ex-Vereadora Maria Luiza, que acompanha o Ver. Dr. Goulart: a senhora é sempre muito bem-vinda à nossa Casa.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Sebastião, colegas Vereadores e Vereadoras, eu quero aproveitar para saudar também o meu amigo Roberto Robaina, Presidente do PSOL; os colegas Humberto Goulart e Maria Luiza e os ambulantes que se encontram aqui no plenário.

Eu queria fazer coro com a minha Líder de Bancada, a Verª Maria Celeste, de que nós devemos, o quanto antes, compor uma Comissão e fazer uma visita coletiva ao Centro Popular de Compras, sobre o qual os próprios jornais de hoje estão dando conta de que há alguns problemas, e nós gostaríamos de enfrentá-los coletivamente. Já conversei aqui com alguns Vereadores, junto com a nossa Líder, e o pessoal está disposto a fazer uma visita coletiva ao Centro Popular de Compras. Não podemos deixar nenhuma pessoa em risco, nós temos que ter garantia de que os ônibus estacionarão devidamente ali. Nós lemos no jornal de hoje que as pessoas não têm onde se acomodar, pessoas com problema de saúde não têm onde sentar, portadores de deficiência têm grandes dificuldades de acessar o local, portanto temos de tratar disso; afinal de contas, somos a representação da população de Porto Alegre. Acho que devemos aproveitar a presença aqui do Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, a quem cumprimento, para que a gente possa fazer isso de comum acordo com a Liderança do Governo.

Eu também queria, Ver. Pedro Ruas, colocar a minha preocupação sobre os incidentes que ocorreram ontem no Centro da Cidade: a brutalidade com que a Brigada Militar - pelo menos algumas pessoas da Brigada Militar - tratou jovens estudantes que faziam uma manifestação no Centro da Cidade. Não é apenas um registro; é um protesto. Nós estamos muito preocupados com isso, porque a Brigada Militar, diferentemente do que fazia no passado, está tomando atitudes extremamente truculentas em relação a qualquer manifestação popular.

Cumprimento também a Deputada Luciana Genro, que se encontra hoje no plenário. Estamos com uma grande representação política, de vários Partidos, com várias personalidades, que nos honram muito, Ver. Sebastião, o que mostra que, no mês de janeiro, na Comissão Representativa, temos quórum, temos mantido viva e dinâmica a Casa do Povo. Portanto, registro essas duas questões: a questão do camelódromo e a questão dos atos de violência praticados ontem no Centro da Cidade.

Eu queria também salientar que hoje, no jornal Zero Hora, há um artigo extremamente lúcido de um servidor do Memorial desta Câmara, o Jorge Barcellos, que trata do drama da Vila Chocolatão. Inclusive, a introdução do artigo de Jorge Barcellos sobre o Chocolatão, Ver. DJ Cassiá, é de um brilhantismo ímpar e, de fato, trata da questão como tem que ser tratada. Nós estávamos aqui no momento em que iniciou o incêndio na Vila Chocolatão e nos dirigimos, com vários Vereadores e com o nosso Presidente, Sebastião Melo, ao lugar do sinistro e vimos se repetir aquilo que já tínhamos vivenciado há dois anos. Portanto, Vereador e Diretor do DEMHAB, Humberto Goulart, temos que tomar medidas concretas e imediatas para sanar o problema da Vila Chocolatão. Temos que dar garantias às pessoas que tiveram absolutamente tudo perdido de, dignamente, terem suas vidas garantidas.

Já tomamos a iniciativa de fazer uma campanha. Estamos com vários produtos, principalmente para as crianças: leite, mamadeira, fralda, porque são elas que sofrem mais diretamente essa questão. Estamos fazendo uma campanha. Esperamos que a solidariedade que vimos em Santa Catarina seja a mesma para com os moradores da Chocolatão. Queremos discutir, de comum acordo, como ficará a vida dessas pessoas. A grande maioria é de catadores e recicladores, pessoas que têm um papel importante na transformação da cidade de Porto Alegre. Onde ficarão? Haverá ali um galpão de reciclagem com a garantia de que a coleta seletiva volte a ser dinâmica na Cidade e as pessoas tenham resíduos sólidos suficientes para sobreviver? Essa é a pergunta, e a resposta tem que ser dada pelo Governo Municipal, sem delongas, sem enrolação. Concluo, Ver. Sebastião Melo, porque decidimos na semana passada, como disse o Ver. João Dib, que o período de Comunicações seria de cinco minutos. Saúdo, portanto, as ambulantes que estão presentes, saúdo os moradores da Chocolatão e todos aqueles que, nesta cidade de Porto Alegre, lutam por uma vida digna. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero, antes de passar à segunda chamada, dizer que ontem, após várias consultas aos membros da Mesa Diretora e a algumas Lideranças, decidimos transferir a Reunião de Mesa e Lideranças, que ocorreria hoje, às 14h, para quarta-feira, às 10h. Qual a razão disso? Nós teremos o início do ano Legislativo na quarta-feira, portanto nesse dia fica mais apropriado tratarmos a pauta de quarta e quinta-feira. Por essa razão comunico que a Reunião de hoje foi transferida para quarta-feira, excepcionalmente, e aí vamos definir, ordinariamente, qual o dia para a Reunião de Mesa e Lideranças.

Registro a presença da Deputada Luciana Genro, convido a Deputada a fazer parte da Mesa. Saúdo a presença do Presidente Robaina, já citado pelo Ver. Adeli, e demais Lideranças, sejam todos bem-vindos à nossa Casa.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Saúdo o nosso Presidente Sebastião Melo em seu retorno à Casa, saúdo todos os Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem e aqueles que estão tão preocupados, como nós, com a situação da nossa Vila Chocolatão e do nosso Centro Popular de Compras. Também saúdo as Lideranças aqui, o Ver. Humberto Goulart, agora Secretário do DEMHAB; a Deputada Luciana Genro, entre tantas outras.

Gostaria de classificar, com clareza, a posição que me vem ao coração sobre a Vila Chocolatão, que vem sendo maltratada, tendo o seu processo de solução malconduzido há muitos anos; os incêndios têm se repetido ali, e a questão vem sendo conduzida com “panos quentes”, não dando a real cura para esse processo. Como médico sempre penso numa situação que defina a cura, é a necessidade de a Cidade resolver essa questão, bem como de a população a ver resolvida também. E vejo aqui o nosso Secretário Goulart, que é uma pessoa ligada às questões sociais, que conhece profundamente essa matéria e que vai se associar, com toda a firmeza, com toda a força, para que o mais breve possível possamos dar um encaminhamento digno, correto para as questões ligadas à Vila Chocolatão.

Quanto ao nosso Centro Popular de Compras, que é um grande avanço para a cidade de Porto Alegre, é evidente que pequenos problemas podem ocorrer, e eles estão ocorrendo ali. Nós, como Vereadores, fiscais da Cidade, temos obrigação de estar presentes e fazer com que essas questões sejam resolvidas o mais breve possível, para que sejam dadas condições de trabalho àquelas pessoas que lá estarão e que por lá circularão. E como a questão do transporte coletivo está diretamente ligada às instalações do camelódromo, precisamos, então, ficar atentos. Somos parceiros nessa iniciativa de visitarmos o Centro Popular de Compras, já que as obras foram concluídas, para vermos o que ainda falta fazer, para adequarmos os pequenos desvios que possam ocorrer. Quem já fez uma obra em sua residência sabe das dificuldades e da dedicação que têm de ser empenhadas para sua condução. O Secretário Idenir Cecchim, à frente da SMIC, como todas as outras Secretarias envolvidas nesse processo de tanta importância para a Cidade, estabelece uma nova dinâmica em relação aos camelôs com a construção do Centro Popular de Compras.

Ontem estive no Grupo Hospitalar Conceição falando com o seu Diretor-Técnico e fiquei muito feliz ao saber da sua intenção de ser parceiro, de colocar à disposição o Grupo Hospitalar para que em Porto Alegre possamos ter um Centro de Planejamento Familiar, que hoje já é lei na nossa Cidade. Precisamos dar condições para que as pessoas tenham os filhos que possam ou que queiram ter, oferecendo orientação, educação para as crianças - pré-adolescentes, adolescentes - que estão nas nossas escolas, por meio de palestras, indo onde eles estão, e não esperando que eles venham até nós. Proporcionaremos à população um acesso fácil, livre, enfim, todas as medidas que visem ao planejamento familiar efetivo, como a laqueadura, a vasectomia, mas também para os casais que não têm filhos e querem construir a sua prole, disponibilizando auxílio médico e psicológico para esses casos.

Fazemos um elogio público à maneira como está sendo tratado o nosso aposentado com a facilitação para concessão das aposentadorias no nosso País. Esperamos que isso dê certo, que ocorra essa agilidade, para que as pessoas que queiram se aposentar recebam esse tratamento digno e ágil, em reconhecimento ao grande serviço que prestaram para a sociedade. Nesse sentido também gostaria de reforçar - como vem sendo feito de maneira mais intensa no nosso País - a questão do fator previdenciário, que tanto dificulta, que tanto faz com que as pessoas se sintam, muitas vezes, lesadas na sua condição de aposentado. Eu gostaria de deixar essa mensagem e dizer que temos um Projeto nesta Casa para facilitar o acesso dos idosos e dos portadores de deficiência às consultas médicas. Acho que isso é muito relevante, porque facilita o acesso através de agendamento, nos postos de saúde, às consultas. Saúde para todos. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Juliana Brizola está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nossa atenção especial à Deputada Federal Luciana Genro, que está conosco compondo a Mesa, é um prazer recebê-la em nosso plenário. Também faço uma saudação aos moradores da Vila Chocolatão que estão conosco; aos camelôs que estavam aqui, acompanhando a pauta do camelódromo. Quero, neste período de Comunicações, abordar o tema da Vila Chocolatão.

Temos acompanhado, com muita preocupação... Esta Casa, com muita responsabilidade, sob a presidência do Ver. Sebastião Melo, esteve no local do incêndio para prestar solidariedade e também para se colocar à disposição na resolução desse problema. O nosso servidor Jorge Barcellos, hoje, num artigo muito bem escrito no jornal Zero Hora, coloca os problemas que reiteradamente têm sido enfrentados pela Vila do Chocolatão, problemas dos quais somos sabedores. E queremos aqui fazer uma cobrança ao Executivo.

Em 2003, quando houve o primeiro incêndio, foram iniciadas as tratativas em relação aos problemas da Vila, mas, de lá para cá, muito pouco aconteceu, e vários outros incêndios já ocorreram no local. Sabemos da preocupação dos trabalhadores que ali estão, algo que é legítimo, e existe uma área já destinada para eles lá na Av. Protásio Alves, no Morro Santana. Agora, a questão que fica é: como é que essas famílias vão se deslocar para o outro extremo da Cidade, se a sobrevivência deles se dá com a catação no Centro da Cidade? Essa é a questão. Esse é o problema colocado, e temos de enfrentá-lo. Não há jeito de remover as famílias para aquela região, pois há a necessidade de trabalho, de emprego para essas pessoas. Não há como - e eu louvo o Secretário Dr. Goulart, que está empenhado, pessoalmente - resolver o problema simplesmente, se não houver uma preliminar, que é a construção do galpão, para que, de fato, as pessoas possam trabalhar e sobreviver. É disso que estamos falando.

Mais do que a moradia, quando a tragédia veio, o que mais preocupa essas famílias, esses trabalhadores e trabalhadoras é, de fato, a sobrevivência. E mais preocupante ainda, no decorrer de todos esses anos, é a ausência total do Poder Público naquela Vila.

Eu estive lá inúmeras vezes, tenho ouvido queixas, reclamações da falta e da ausência do Poder Público lá. E falo da Assistência Social, falo da Saúde, que são as Secretarias de ponta que deveriam estar ali, no dia-a-dia, trabalhando com essas 109 famílias, vítimas desse incêndio, desse último incêndio, porque não é o primeiro, lamentavelmente, e, com muita sorte, muita sorte, não houve nenhuma vítima fatal, nenhuma vítima com contusão ou com uma queimadura mais grave.

Mas quanto tempo teremos que esperar? Será que nós temos que esperar que aconteça uma tragédia maior? Será que vamos precisar - e eu não quero precisar - chorar e lamentar a morte de uma criança, de uma mulher ou de um homem trabalhador nessa Vila? Está na hora de agir. E agir significa, sim, contemplar prioritariamente a resolução desse problema, na construção da possibilidade de trabalho para essas famílias. E trabalho significa o galpão, sim, de lixo reciclado, mas muito mais do que isso significa oportunizar uma educação de qualidade para as crianças e para os trabalhadores. Significa um programa, um projeto completamente diferenciado para essa comunidade, para essas famílias, para que elas possam sobreviver, quem sabe em qualquer região da Cidade. Hoje não dá, hoje não dá. Eles vivem e sobrevivem da catação do lixo no Centro da Cidade. Portanto, é muito difícil convencê-los de ir para um extremo da Cidade. Nós precisamos ajudar, sim. A Câmara Municipal precisa ajudar, estamos dispostos a isso; o Partido dos Trabalhadores está disposto a isto também: a encontrar uma solução para que essas 109 famílias tenham garantido o seu trabalho, o seu emprego, a sua sobrevivência e a sua dignidade através da moradia. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Corrijo uma falha da Presidência. O Ver. João Dib está substituindo o Ver. João Carlos Nedel. Portanto o Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, discursos, discursos e mais discursos. Quando eu fui Prefeito, quis resolver o problema dos camelôs, mas, como eu sou democrata, trouxe à Câmara Municipal o projeto que pretendia fazer, para que tomassem conhecimento, já que não haveria obras maiores, mas não recebi o apoio da Câmara. Ao contrário, recebi todas as dificuldades possíveis no meu caminho, e a única coisa que consegui realizar foi a revitalização da Rua Voluntários da Pátria.

Agora, lá está o camelódromo. Só temos discursos e mais discursos. Eu não sei se temos uma comissão de técnicos capazes de avaliar os problemas que lá estão, mas em uma coisa eu quero dar razão ao Ver. Todeschini, que tem insistido freqüentemente: tem de haver abertura para as lojas que tem como endereço a Praça Rui Barbosa, par e ímpar, de ambos os lados, tem de haver, isso é indispensável até para a movimentação da própria população. Eu acho muito importante que seja feito com urgência. Já que vão abrir trechos por causa da dificuldade da manobra dos ônibus, que façam também para o acesso às lojas da Praça Rui Barbosa, par e ímpar.

Mas, Sr. Presidente, também por outro lado, eu queria dizer que a Vila Chocolatão não está há quatro anos ali, não; está há muito mais tempo, e não ouvi discursos tentando buscar uma solução. Agora se avizinha uma solução, agora o DEMHAB tem a preocupação, já tem o local, está apenas esperando uma licença prévia e já vai poder começar as obras, e vai haver galpões para a reciclagem, lá vai chegar o lixo. Então, eu não estou entendendo, não havia antes necessidade de Assistência Social, não havia necessidade de Saúde, não havia necessidade de nada antes de quatro anos. Agora, depois de quatro anos, há discurso, discurso e mais discurso: “Tem de ter assistente social, tem de ter médico...!” Eu acho um drama sério, sim. Dou graças a Deus - nós todos damos graças a Deus - por não ter ocorrido nenhum incidente físico aos moradores. Eu sempre digo que Deus protege os inocentes, e eu acho que eles foram protegidos.

Temos de dar uma solução definitiva, e a solução definitiva não está ali. A solução definitiva está na Av. Manoel Elias com a Av. Baltazar de Oliveira Garcia, e essa solução está sendo perseguida pelo novo Diretor do DEMHAB, pela Administração do Prefeito José Fogaça. Não entendo por que agora acontece discurso, antes não acontecia; por 16 anos, por exemplo, aumentou o número de camelôs na Cidade, coisa que não dá nem para explicar. Fizeram na rua do Rosário uma trincheira de concreto, que foi retirada, graças a Deus, depois de fazer um acordo com os comerciantes da área para limpar a Av. Otávio Rocha e a rua do Rosário. Aí fizeram uma trincheira de concreto com mais de um metro de altura para fazer as bancas dos camelôs. E agora tudo está errado porque não é feito por eles.

Então, é chegada a hora de fazer menos discursos e tomar as coisas com mais seriedade, com mais responsabilidade, porque isso não pode continuar assim. Nós não vamos resolver os problemas criticando. Nós vamos resolver os problemas buscando as soluções, e o DEMHAB está buscando a solução para o caso da Vila Chocolatão, que está há muitos anos ali, e, por outro lado, a Prefeitura está acompanhando todas as alterações que precisam ser feitas no camelódromo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Presidente Sebastião Melo, é uma satisfação encontrá-lo aqui, desejo um bom retorno, infelizmente V. Exª já chega enfrentando esses problemas aí. Quero cumprimentar todos, especialmente o Ver. Dr. Goulart, que está nesta Casa; a Deputada Luciana Genro e as famílias do Chocolatão que estão presentes nesta Sessão hoje. Queremos compartilhar com vocês o drama ocorrido nesta semana.

Ver. Dib, realmente, esse problema da Vila Chocolatão é de muitos e muitos anos. Não é de hoje, não é desta Administração; é de muitas Administrações. Mas também quero dizer a todos que aqui nos assistem, a todos os moradores da Vila Chocolatão que, no ano de 2005, sim, tomamos uma decisão de organizar, de dar dignidade às famílias que residem nesse local. Buscamos uma alternativa para que eles pudessem ter uma residência digna. Buscamos uma área em parceria com o Governo Federal, área acordada e intermediada pelo Tribunal de Justiça junto à Entrada da Cidade. Tivemos diversas reuniões com as pessoas da Vila Chocolatão, e eles mesmos viram que não tinham condições de ficar ali próximo ao Aeroporto Salgado Filho, porque não tinham condições nenhuma de sobrevivência lá. E, também, naquele local, com uma área de 14 mil metros, não teríamos condições de abrigar todas as famílias da Vila Chocolatão.

Então, começamos a gestionar - cancelamos a licitação junto ao Ministério do Planejamento, em Brasília - a permuta daquela área por uma área maior, começamos no início de 2006 as tratativas com o Ministro Paulo Bernardo. Tivemos, juntamente com o Prefeito Fogaça e o Senador Zambiasi, reuniões com o Ministro. Infelizmente, Ver. João Dib, demorou um ano e meio a permuta da área, para podermos dar andamento seqüencial ao projeto, para conseguirmos para a Vila Chocolatão - a maioria já conhece o local -, na Av. Protásio Alves, uma área de 33 mil metros, próxima de onde já tem uma reciclagem...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu quero... Ver. Sebastião Melo, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está assegurado o seu tempo, Vereador.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu apenas... Por favor, escutem, escutem...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu quero dizer que aquela área na Av. Protásio Alves surgiu de um acordo com as lideranças da Vila Chocolatão em parceira com o Tribunal de Justiça, eles estiveram no local; tudo foi feito em parceria e com a concordância da comunidade. E foi acordada a construção de uma creche somente para os moradores, de um restaurante para os moradores naquele local...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu quero dizer que nós nos sentimos muito honrados com as presenças dos senhores, mas faço um apelo, porque a democracia sem contraditório não é democracia: que possamos ouvir o Vereador. Há posições contrárias a ele na Casa, mas, ao final da manifestação do Vereador, ao final...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ao final da manifestação do Vereador, os senhores poderão se manifestar; caso contrário, a Presidência vai assegurar a palavra ao Vereador. Correto? Eu espero a compreensão dos senhores.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu só quero dizer para vocês que não estou concordando com o fato de que vocês tenham que sair do Centro da Cidade; eu estou explanando o projeto, como é que ele foi feito. Por favor, escutem para verem como é que está o projeto; eu estou fazendo isto: explanando os passos do projeto. Se há uma decisão de permanecerem no Centro, é outra coisa; eu estou explanando os passos do projeto como hoje está. Por favor, escutem! Escutem: eu não estou dizendo que vocês têm que ir para a Av. Protásio Alves; eu quero falar sobre os passos do projeto desde 2005.

Aí, então, nesses 33 mil metros, conforme parceria, em que estiveram presentes diversas lideranças... Mais uma vez eu não estou dizendo que vocês têm que ir para lá. Eu quero dizer que, na época, ficou proposto, na área da Av. Protásio Alves, naqueles 33 mil metros, um acordo com a juíza do Tribunal Federal, no sentido de que seria construído um galpão de reciclagem só para vocês. E eles se comprometiam a buscar soluções para levarem o papel até vocês, dando condições de trabalho. Eu estou relatando o que foi acordado. Naquele local seriam construídas 179 casas, mais creche, refeitório, campo de futebol, um condomínio fechado e um galpão de reciclagem exclusivo, com o compromisso de levarem o papel para vocês lá. Eu estou relatando o que foi acordado. É muito importante que todos saibam.

Sabemos que vocês não têm mais condições de morar nesse local do jeito que está. No Centro ou onde for tem que haver moradias dignas, condições de trabalho, condições de vida, saúde e educação, que ali não tem. Nós somos parceiros para que vocês tenham um local digno para morar, seja no Centro, seja na Av. Protásio. Eu quero dizer que existe um projeto, cuja tramitação da liberação da área demorou um ano e meio no Ministério do Planejamento, em Brasília. Por esse motivo, deu-se o atraso no início das obras, que hoje estão acontecendo.

Olhem, primeiro. Não significa que vocês tenham que sair do Centro da Cidade. Mas olhem o local. Firmem contratos e compromissos que dêem sustentabilidade, que levem o papel para vocês trabalharem lá. Não são vocês que têm que sair à rua, eles é que têm que dar condições. Se o Tribunal Federal precisa dessa área, então tem que ter o compromisso de ajudar as famílias da Chocolatão! O Governo Federal tem compromisso, o Governo do Estado também tem compromisso. Eu quero dizer que todos os órgãos do Estado são compromissados e devem ajudar a Chocolatão. Obrigado, Sr. Presidente. (Manifestações nas galerias.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, amigas e amigos que nos visitam; Deputada Federal Luciana Genro, neste momento algumas circunstâncias precisam ser rapidamente narradas - o nosso tempo é menor. Eu queria fazer um registro de que o dia de ontem foi muito triste para a Cidade, pois tivemos um episódio de brutalidade policial, de uma violência exacerbada e desmotivada, em que o direito de manifestação, de opinião, de reunião foi duramente atacado no que tange ao grupo de estudantes que protestavam contra o aumento das tarifas de ônibus em Porto Alegre. Sr. Presidente, levaremos essa questão à Comissão de Direitos Humanos da Casa; então, fica aqui o nosso protesto pelo ocorrido no dia de ontem, algo muito sério, muito grave.

E antes de ontem tivemos também algo bastante sério e bastante grave, que foi exatamente esse incêndio na Vila Chocolatão e que não é, lamentavelmente, Presidente Sebastião Melo, um episódio isolado. Na verdade, foram cinco ou seis incêndios de 2003 em diante, e para todos nós causou enorme perplexidade o fato de que os bombeiros, chegando ao local - era apenas um carro de bombeiros -, eram acompanhados de um batalhão imenso de policiais militares, que apontaram armas para os moradores. A impressão que tinham os moradores - estivemos logo após no local com o Presidente Roberto Robaina, com o Israel, a Inês; eu sei que o Presidente Sebastião Melo e outros Vereadores lá estiveram - e a impressão que nos ficou - e isso é um paradoxo inaceitável - foi a seguinte: havia armas em profusão, aparentemente bastante munição, mas o carro de bombeiros não tinha água. Então, foram tratar de um incêndio com armas pesadas, calibre 12, com bastante munição, mas sem água! Isso é inacreditável, é um desrespeito absoluto! Mas que força de segurança é essa? Que situação é essa?

O que reivindicam essas pessoas? Eu estive no local, Sr. Presidente, conversei com muitas das pessoas que lá estavam, a começar pelo Presidente, Sr. Léo Maciel, e ouvi de todos o óbvio: ali eles têm a sua forma de sobrevivência, ali eles estruturaram a sua vida. Não há ação de reintegração, não há ordem judicial, pelo menos, nesse sentido. Ali, naquele local, em péssimas condições, que poderiam ser muito melhoradas pelo Poder Público, obviamente, eles conseguem que seus filhos, em algum local por perto, estudem, eles conseguem sobreviver acima de tudo. É como me disse uma moradora, o Roberto Robaina vai lembrar disso: “Olha, o incêndio é muito ruim, mas o pior é passar fome lá na Av. Protásio Alves”. (Palmas.)

Então, fica aqui a nossa posição, o registro dessa posição. Nós entendemos que há condições, sim, de estabelecer meios adequados para que, em melhores condições, os moradores fiquem no mesmo local. (Palmas.) É um local já consagrado, há 26 anos essas pessoas estão ali. Vinte e seis anos! Isso é uma vida! Pelo menos duas gerações se criaram ali e tiram dali o seu sustento, e, na verdade, o conjunto da comunidade gosta e aprecia a vizinhança dessas pessoas. Nós tivemos informações, também, da comunidade da Cidade Baixa e do Menino Deus.

Portanto, a nossa posição, Sr. Presidente, é de respeito e de exigência ao Poder Público, de quem queremos ser parceiros, obviamente; queremos trabalhar juntos no sentido de que, em condições melhores, fiquem no mesmo local os moradores da Vila Chocolatão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, eu estava ratificando com o Diretor Legislativo o seguinte: no período de Comunicações, os Vereadores são chamados pela ordem; não existe a figura de passar, existe a figura de desistir ou de falar no seu período. Senão, eu vou conceder privilégios a alguém que quer sempre falar por último. Portanto, vou cumprir o Regimento: quem não falou, não falou. Os Vereadores que desejam passar fazem um Requerimento inadequado; na realidade, desistem.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) Desiste.

Solicito ao 1º Secretário, Ver. Nelcir Tessaro, que proceda à chamada nominal para entrarmos na Ordem do Dia.

 

(Procede-se à chamada nominal.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Nelcir Tessaro, Secretário da Mesa.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Quero registrar a presença do Vereador e Secretário da SMIC, Idenir Cecchim. Seja bem-vindo, Secretário.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 014/09 – (Proc. nº 0435/09 – Ver. Pedro Ruas) – requer Moção de Solidariedade ao Projeto de Lei nº 4551/08 de autoria da Deputada Federal Luciana Genro, que proíbe a demissão imotivada de trabalhadores pelo prazo de seis meses. (Incluído em 28-01-09.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 014/09. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, saúdo a presença da Deputada Luciana Genro e quero dizer que não voto Moções, sou contrário a elas, tenho dito isso sempre; porque Moções, de repente, geram tensões, emoções e atritos. Não acho também que resolvam muitos problemas. No entanto, vou votar favoravelmente desta vez, só que não conheço o texto da Moção, mas sei que proíbe a demissão imotivada de trabalhadores. O que é uma demissão imotivada? Essa é a dúvida que tenho. Por exemplo, se a situação econômica de uma empresa não permite a sua continuidade, isso será motivo ou não? Se é imotivada apenas “porque eu quero demitir”, eu não tenho dúvida nenhuma de que votarei a favor da Moção. De qualquer forma, vou votar favoravelmente, e é uma exceção que faço. Gostaria que fosse pensado diferente o texto, que eu não conheço, sei que a idéia é a de que ninguém seja demitido agora, porque vivemos um momento difícil. A idéia é excelente, mas o “imotivado” apenas não me parece que resolva o nosso problema. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09, como autor.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Deputada Federal Luciana Genro, Vereadoras, Vereadores, serei muito breve neste encaminhamento, apenas para registrar o agradecimento da Bancada do PSOL - e falo na condição de Líder da Bancada, em nome da Verª Fernanda Melchionna também - à receptividade que teve a nossa Moção, Deputada Federal Luciana Genro. Nós tivemos praticamente de todas as Lideranças o apoio e a assinatura, e aqui já registro o encaminhamento, entre outros, do Ver. João Dib.

E quero dizer o seguinte: o Projeto da Deputada Federal Luciana Genro é baseado numa norma internacional, a Convenção nº 158 da Organização Internacional do Trabalho. Elaborada em 1996, essa Convenção, da qual o Brasil é signatário, estabelece a proibição da demissão imotivada. “E o que é demissão imotivada?”, perguntava com razão o Ver. João Antonio Dib, que é engenheiro e não tem obrigação de saber esses detalhes tão técnicos. O art. 482 da CLT estabelece as causas - e agora repito - da justa causa da rescisão contratual. Todas as legislações do mundo, na área trabalhista, têm fundamentos para uma rescisão cheia, ou seja, rescisão motivada dos contratos de trabalho. Quando não for pela justa causa, estabelecida na lei - e vários itens compõem o chamado processo de justa causa -, não há motivo. Essa demissão imotivada passa a ser proibida, à exceção dos contratos por prazo determinado, sendo o mais conhecido deles o contrato de experiência. Então, as demissões imotivadas e as que não ocorrerem por meio dos contratos por prazo determinado ficam proibidas pelo prazo de seis meses, com base nessa norma internacional.

E concluo dizendo que, pela manhã, eu ouvia a Rádio Gaúcha, que informava sobre as demissões na John Deere, em Horizontina e em Santo Ângelo, na ordem de seiscentas pessoas; e de demissões em todo Brasil, do que, afinal, todos nós estamos sabendo. Em dezembro, houve 130 mil demissões na indústria no Brasil. Repito: foram 130 mil demissões na indústria no Brasil. Várias dessas empresas estão recebendo incentivo dos Governos em forma de isenção fiscal ou em forma de dinheiro vivo. Aqui está havendo uma mobilização por parte do Governo Estadual com o empresariado. E tem de haver, Verª Juliana Brizola, alguma norma que ampare, na nossa opinião, o próprio Governo, para poder fazer esse enfrentamento; essa legislação pode mediar muitas das negociações que estão ocorrendo.

Então, faço esse apelo no sentido da votação positiva, Sr. Presidente, e também o registro, até porque já conversei com a maioria dos Vereadores, do nosso profundo agradecimento. Como Porto Alegre será pioneira, a Deputada Federal Luciana Genro será imitada em várias capitais e cidades que não são capitais em nosso País, a fim de que essa medida - que, do ponto de vista social, é imprescindível neste momento - obtenha aprovação e entre em vigor no Brasil. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

O SR. ADELI SELL: Em nome da nossa Líder, a Verª Maria Celeste, em nome do Ver. Carlos Todeschini, aqui presentes, pelo respeito à Convenção nº 158, em devesa do trabalho e da dignidade de homens e mulheres, a Bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente Moção e militará nessa linha. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a minha saudação especial à Deputada Luciana Genro; trago um abraço ao Ver. Idenir Cecchim, nosso Secretário de Indústria e Comércio de Porto Alegre; a minha saudação aos moradores da Vila Chocolatão.

Eu trabalhei por muitos anos no “Chocolatão”, fui servidor da Receita Federal, conheço com profundidade a questão e as dificuldades da Vila. Lamento também esse trágico acontecimento, que traz profundas questões, difíceis de solucionar, em especial para a gurizada que ali mora, mas tenho certeza de que Porto Alegre, nós, da Câmara - eu especialmente -, estaremos aqui auxiliando na busca de soluções para a questão. Gostaria de dizer que em 1989, aqui em Porto Alegre, na época eu era Vereador de oposição, assentamos os moradores nas proximidades, no entorno em que viviam e trabalhavam. Temos diversos exemplos. Então, na verdade, vai haver, sim, a possibilidade de se buscar uma alternativa que seja positiva para a cidade de Porto Alegre, para as senhoras, para os senhores e suas famílias.

Imediatamente após o pedido para que assinássemos a Moção, eu disse que estaria ao lado, porque é uma proposta bastante adequada para a situação que vive o País nos dias de hoje, em especial para o trabalhador brasileiro. Eu sou funcionário público há 34 anos, e não é possível se ouvir que as mazelas do País é uma questão do Poder Público, que o liberalismo econômico é a salvação da pátria e de todos os recantos do nosso planeta, e, quando aperta o sapato econômico, o empresariado corre em direção ao Governo para buscar recursos e, depois, por qualquer questão, passa a demitir. Eu acredito que é o momento de dar garantia ao cidadão. Eu não sou também daqueles que dizem que não se deve auxiliar, participar e agir com o empresariado. Digo que este é o momento de uma ação conjunta da Nação brasileira, do Governo, do Estado e do empresariado para estar ao lado do servidor, do trabalhador brasileiro. Com a nossa Moção e com o Projeto de Lei de V. Exª, eu tenho certeza de que buscamos um caminho interessante. É como o nosso Ver. Pedro Ruas já falou: “Cidades e Estados do Brasil certamente copiarão a idéia, porque ela precisa, neste momento, ser espalhada pelo País inteiro.” Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09, de autoria do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Quero cumprimentar o Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; as Sras Vereadoras, os Srs. Vereadores, as senhoras e os senhores, cumprimento a Deputada Federal Luciana Genro pela oportunidade que ela está dando não apenas a esta Casa, mas a todo o País de fazer um enfrentamento a uma crise que está sendo escondida pelo Governo. Há algum tempo, o Presidente Lula afirmou que essa crise ficaria lá fora, que ela não afetaria dentro das nossas fronteiras, que nós estávamos tão bem preparados que seríamos imunes aos efeitos da crise. Esta Moção, que nós estamos votando aqui hoje, Ver. Pedro Ruas, é o sinal de que o Presidente da República estava totalmente enganado. Ou, se não estava enganado, ele estava querendo fazer com que aquele plano que foi iniciado lá atrás - de não divulgar para a população notícias ruins, para que a população pense que estamos vivendo em um País onde tudo está muito bem - pudesse ter continuidade.

Na verdade, estamos mergulhados numa crise profunda e não sabemos ainda qual estrago vai causar em toda a nossa sociedade. A cada dia, quando ligamos o rádio, quando lemos jornal ou assistimos à televisão, vemos que uma determinada empresa está fazendo com que o seu lucro seja mantido mandando funcionários embora, mandando empregados embora! Então, é claro que, por enquanto, pelo menos, essa crise não está afetando diretamente o lucro das empresas, mas está afetando o nosso povo, e de uma maneira cruel! Por isso mesmo, Deputada Federal Luciana Genro, V. Exª está “tocando com o dedo na ferida”, V. Exª está dizendo que nós não podemos ficar de olhos fechados; que nós temos que, por obrigação, encarar essa crise, de forma a dizer ao Presidente Lula que ele não pode mais continuar com a política de tentar “esconder o lixo debaixo do tapete”; que ele tem que discutir com a população os rumos que devemos tomar para enfrentarmos os problemas que estão aí, dos quais não podemos fugir, como estamos fazendo.

O meu medo, Ver. João Dib, é que, quando terminar esta gestão do Presidente Lula, nós estejamos com o País tão enterrado em problemas, que o próximo Presidente não terá como os solucionar. As notícias que saem em rádio, televisão, jornal são apenas notícias as mais alvissareiras, as mais positivas; o que é negativo não se deixa divulgar. E é fácil fazer isso, porque hoje há o controle dos meios de comunicação pelo poder econômico: nós sabemos que a maior parte dos recursos dos meios de comunicação vem do patrocínio de verbas públicas, Ver. Pedro Ruas. Assim, é facílimo controlar os meios de comunicação! Agora, nós, que somos representantes da sociedade, não podemos cair nessa esparrela; nós temos, por obrigação, de caminhar, nesta altura dos acontecimentos, junto com a Deputada Federal Luciana Genro.

Vamos, com toda a certeza, apoiar esta Moção, que está sendo apresentada aqui na Casa, e eu acredito que não podemos ficar só por aí. Temos que ir à frente, a fim de que essa crise, Ver. Pedro Ruas, possa ser colocada de forma inteira, para que a população tome conhecimento dela e para que possamos ser fortes o suficiente para enfrentá-la. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o Ver. Adeli, Vice-Presidente da Casa, a assumir os trabalhos, pois tenho que atender compromisso na presidência.

O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Deputada Luciana, demais presentes nesta Casa, moradores da Vila Chocolatão, quero aqui trazer minha manifestação, Ver. Pedro Ruas. Na verdade, não quero nem estudar item por item desta Moção, até mesmo porque venho de uma luta lá debaixo. Sei o que é a necessidade de você ter um trabalho, de você ter um emprego, de você ter dignidade, porque um ser humano sem endereço e sem emprego é rejeitado pela sociedade. É o mínimo que um ser humano tem que ter.

Quero aqui, Vereador, reforçar e também cobrar dos Governos, porque eles dão sustentações para determinadas empresas, e elas fazem o inverso depois de receber o nosso dinheiro, demitindo os funcionários. Quero dizer mais ainda: que orgulho vou ter eu, no futuro, perante um filho, perante um neto, no momento em que chegar a minha aposentadoria, eu abrir o meu livretinho, que se chama Carteira de Trabalho, e dizer: “Olha, o vô se aposentou nesta empresa.”? Vou ter muito orgulho, de fato! Agora, vou sentir muito, dentro de mim, Deputada, se eu, na minha velhice, disser para um filho e para um neto: “Eu vivi de assistencialismo, eu vivi da gratidão do Governo”. Nós não precisamos de gratidão, precisamos de emprego e moradia. É disso que precisamos! Vereador, V. Exª tem todo o meu apoio em relação à Moção, estão de parabéns.

Antes de chegar ao Chocolatão, Ver. Dib, da janela do meu gabinete eu enxergo prédios lindos, maravilhosos, com pedras de mármore - desculpe-me a expressão, meu português não é correto, mas falo a língua do povo, falo aquilo que o povo sente -, vejo aqueles tapetes vermelhos, encarnados, que são pagos com o suor do trabalhador, que trabalha, no mínimo, dos doze meses, seis meses para pagar impostos para o Governo administrar, ou sei lá o quê, fazer “elefantes brancos” com o nosso dinheiro. E, em seguida, passando os prédios lindos, maravilhosos, o que encontramos? Encontramos crianças vivendo de uma forma lamentável, dividindo espaço com ratos, com baratas, com fome, com falta de oportunidade de uma educação de qualidade, com falta de cultura. Mas isso não é um problema de hoje, Ver. Ruas, já vem de muito tempo, de muitos anos! Eu jamais vou usar a desgraça do povo para me promover ou promover o meu Partido; eu tenho um Partido, mas, antes dele, defendo aqui a sociedade.

Quero conhecer essa área, quero convidar os meus colegas Vereadores para conhecerem a área proposta; quero também me engajar com vocês, sem demagogia. Nós temos que resolver o problema de vocês, e não vir aqui dar discurso demagogo, criar-se em cima da desgraça de vocês, não; nós temos que fazer uma Comissão, ir ao Prefeito, ir ao Governador, seja a quem for, temos que tentar achar uma solução. Não vim aqui dar discurso demagogo! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Deputada Federal Luciana Genro, todos os Vereadores, todos os que nos dão a honra de sua presença aqui, nós vimos nos somar a esta Moção, não só à Moção, mas ao Projeto como um todo, dizendo de sua propriedade, porque quem já foi demitido e quem já demitiu sabe como é ruim estar em um dos dois lados. Na realidade, é péssimo ser demitido, e é muito ruim também estar naquela posição de quem demite alguém. E estamos em uma situação de crise, cuja profundidade ninguém conhece, esperamos que ela não tenha todo esse tamanho que se está divulgando, que se está tentando colocar, mas acredito que o trabalhador tem que ser respeitado. E nós temos que fazer o quê? Temos que evitar o caos social. Essa demissão destemperada, por motivo fútil, vamos dizer assim, faz com que haja na sociedade um incêndio - quem esteve lá na Vila Chocolatão sabe o que é um incêndio -, e é um incêndio social, ou seja, é tentar fazer com que nós voltemos para uma sociedade menor, uma sociedade que não diz, efetivamente, o que nós queremos socialmente.

E este Projeto traz o quê? Traz uma certa garantia de que as pessoas podem ter a sua sobrevivência, pelo menos parcialmente, garantida. E nós, como Vereadores, como entes públicos, como pessoas que se preocupam com a prevenção - eu sou da área da Saúde, atuo muito na área preventiva -, precisamos atuar na prevenção em todos os níveis. E este Projeto também é preventivo, evitando que a crise tenha um aprofundamento social. Isto todos nós queremos: que consigamos passar por esse período difícil e passar de uma maneira digna, com trabalho e não com demissão. Por isso nós nos somamos integralmente à proposta da Moção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Juliana Brizola está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 014/09.

 

A SRA. JULIANA BRIZOLA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; querida companheira Deputada Federal Luciana Genro; Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores aqui presentes; o PDT, o meu Partido, tem uma história que vem de longe na luta, na defesa dos direitos dos trabalhadores, e, sendo assim, nesta hora, com toda a certeza, só posso me somar a essa atitude, somar-me a esta Moção, já que não podemos permitir que a crise, que nada mais é do que a crise do neoliberalismo... Não podemos permitir que essa fatura seja paga pelos trabalhadores. Podem ter certeza de que, no que depender do meu Partido, estaremos sempre ao lado dos trabalhadores, porque não foi com a anuência dos trabalhadores que se implementou o neoliberalismo no Brasil, portanto não poderá ser paga essa fatura pelos trabalhadores. Tenho certeza, Deputada, de que são iniciativas como estas que qualificam o Parlamento em Brasília. E mais que do isso: é uma iniciativa como esta que a população espera de um Deputado em Brasília.

Então, quero me somar a esta Moção, quero dar parabéns à Deputada Federal Luciana Genro e ao PSOL pela iniciativa, serei parceira e tenho uma obrigação que vem de longe com a causa dos trabalhadores. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Juliana Brizola.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 014/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esta Moção firmada pelo Ver. Pedro Ruas já mereceu de nossa parte o apoio firmado no mesmo dia em que o Vereador apresentou a proposta à Casa. Os menos avisados perguntariam: “É estranho, o Democratas e o PSOL se somam em um mesmo objetivo? O DEM se curva às alegações do PSOL assim, com naturalidade?”. Para alguns pode ser até espantoso isso ocorrer, Verª Juliana. Essas pessoas que se surpreendem não conhecem a vida desta Casa, em que o bem comum tem sempre que ser sobreposto às divergências doutrinárias e ideológicas.

Em verdade - e aproveito a presença da autora, Deputada Luciana Genro, para fazer esta afirmação -, eu nem sei se o caminho para o enfrentamento da crise, no que diz respeito à manutenção do nível de emprego neste País, é exatamente o que V. Exª traça aqui. Tenho dúvida. Mas, ao lado dessa dúvida, tenho a certeza de que, se não houver provocações objetivas, como essa que surge no Congresso Nacional, o assunto ficará submetido apenas aos discursos, às lamentações, às criticas, sem que nenhuma perspectiva se levante, se erga, se apresente. Há uma crise iniciada no Primeiro Mundo, e os nossos professores foram reprovados, porque não souberam encaminhar, nos seus respectivos países, essa mudança, esse baque na economia. E, com a reprovação dos professores, o que era desenhado como uma simples marola se transformou nesse temporal, que começa a ocorrer, meu caro Ver. Idenir Cecchim, Secretário da Indústria e Comércio, que nos honra com sua presença nesta manhã. Então não há paradoxo nenhum.

Nós vimos aqui, Ver. Pedro Ruas, dizer de público o que a nossa assinatura simbolicamente já havia dito, e não será esta a única vez que estaremos ao lado de Vossa Excelência. Historicamente, já pontuamos aqui na Casa memoráveis debates, porque V. Exª é um homem que sempre teve definição política, no que eu o acompanho, apesar de as nossas definições serem exatamente contrárias. Não há discrepância ideológica que supere as realidades. E a realidade é que se desenha uma crise pavorosa no mercado de trabalho neste País. E, se a Câmara dos Deputados, se o Congresso Nacional, se os Legislativos Municipais não estiverem atentos, essa crise será muito mais dolorosa do que já se desenha. Por isso não há dúvida nenhuma, não há nenhuma contrariedade, nenhuma incoerência na nossa posição. Estamos solidários com a Moção e almejamos que a Deputada tenha sucesso no encaminhamento de seu Projeto na Câmara dos Deputados. Era isso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado.

O Ver. Toni Proença está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 014/09.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu ocupo esta tribuna para me solidarizar a esta Moção, mas antes gostaria de fazer uma proposta ao Líder do Governo: que levasse ao Governo Municipal, o Prefeito José Fogaça, a sugestão que eu colhi - não é só minha, é de vários Vereadores desta Casa: criar um grupo de trabalho para enfrentar o problema e a crise da Vila Chocolatão. Porque, se era verdade que havia um Projeto, Ver. Tessaro, hoje, neste momento de emergência, com essa nova situação a partir do incêndio, com essa nova situação que se cria, é preciso retomar a discussão, a participação e o debate com a comunidade, para que se extraia daí, Ver. Pedro Ruas, um consenso, uma consertação que contemple todos - contemple a Cidade, contemple os moradores e contemple o Centro da Cidade.

Deputada Luciana Genro, eu quero dizer que este Projeto de Lei que V. Exª encaminha ao Governo Federal, ao Congresso Nacional e que dá ao Governo Federal um instrumento de combate ao desemprego neste momento difícil, de que todos aqui já falaram... Se empresários se socorrem do Governo através de isenções tributárias, através até mesmo de captação de empréstimos subsidiados, é necessário que o Governo tenha um instrumento para coibir as demissões, para desmotivá-las. E o próprio Governo já teve essa iniciativa e não teve sucesso no Congresso, é verdade que não enfrentávamos essa crise. Então, é muito oportuno o seu Projeto, é muito oportuno o momento para a discussão deste Projeto. Eu acho que a suspensão das demissões refreia o ímpeto do empresariado por ver no emprego o problema da sua empresa, o que não é verdade. E, demais, também tem que se somar medidas mais estruturais do Governo, como a baixa dos juros e a baixa do spread bancário.

Quero cumprimentá-los, Ver. Pedro Ruas e Bancada do PSOL, por trazer este debate à Câmara de Vereadores, por prestigiar o Poder local. Nós, do PPS, temos um apreço muito grande, uma determinação de valorizar o Poder local. Quando V. Exª faz isso, e temos aqui já pela segunda vez a Deputada Luciana Genro prestigiando a Câmara de Vereadores, tenho a certeza de que aí temos muitas afinidades. Parabéns, sucesso, estamos aqui torcendo por vocês. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento nº 014/09, de autoria do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do Correio Eletrônico: Reunião de Instalação, 1ª Reunião Ordinária, 2ª Reunião Ordinária, 3ª Reunião Ordinária, 4ª Reunião Ordinária e 5ª Reunião Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Encerrada a Ordem do Dia.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Adeli Sell; Deputada Luciana Genro, que nos honra com a sua presença; Vereadores, Vereadoras, eu queria, para iniciar, saudar a presença do Secretário Idenir Cecchim, que nos honra com a sua presença, que veio trazer notícias do Centro Popular de Compras, o camelódromo, a ser inaugurado em breve. Quero saudá-lo, Secretário, porque, se a Prefeitura exige toda a documentação legal, os trâmites todos, está cumprindo essas exigências de parte do Poder Público para o Poder Público, isso é um bom testemunho que a Prefeitura dá, um exemplo de como devem ser feitas as coisas - legais e iguais para todos. Eu tenho certeza, Secretário Cecchin, de que V. Exª terá pleno êxito, porque irá estimular esses comerciantes populares para, em breve, se formalizarem, e eles irão pagar os impostos devidamente. Inclusive, agora, temos as facilidades do Simples e da micro e pequena empresa. Parabéns, então, por essa grande iniciativa.

Ontem estive no Centro e vi as dificuldades, em torno do Mercado, que a economia informal causa. Estive também, ontem, no Chalé da Praça XV, pedindo o Projeto de Revitalização daquela área, algo que só será possível com a retirada dos camelôs das ruas e o seu ingresso no Centro Popular de Compra. Porto Alegre, com isso, dá um passo muito forte na revitalização do nosso Centro. E, por falar em revitalização do nosso Centro, estive agora numa reunião com empresários espanhóis que estão encaminhando o assunto da revitalização do Cais Mauá, para transformar o nosso porto, Ver. Toni Proença, numa grande atração turística para Porto Alegre e especialmente para o porto-alegrense usufruir daquela bela paisagem junto ao nosso lago Guaíba; vi que as perspectivas estão em andamento. Em breve, em março, acredito que o Prefeito Fogaça mandará o Projeto para esta Casa, autorizando aquele projeto especial à beira do nosso lago Guaíba e, realmente, revitalizando aquela parte praticamente abandonada, vai-se transformar num pólo de atração turística forte para Porto Alegre.

Eu queria dizer que ontem iniciou mais uma edição do Fórum Social Mundial em Belém, no Pará. Efetivamente, a gente fica até com ciúmes, porque o Governo Federal está aplicando 81 milhões de reais em obras no Pará, pela edição do Fórum Social Mundial. Isso é muito bom, imaginem vocês se o Governo Federal aplicasse 81 milhões aqui em Porto Alegre, Ver. DJ Cassiá, o que se poderia fazer; isso é uma coisa muito boa. Então, eu espero que o Fórum dê respostas, mas respostas efetivas, porque chega de conversa, nós queremos soluções, nós queremos encaminhamentos corretos para enfrentar essa crise mundial. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Adeli Sell, presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é muito boa a pauta proposta aqui pelo Ver. João Carlos Nedel, traz um questionamento, uma comparação em relação ao Fórum Social Mundial, que, aliás, quando estava em Porto Alegre, a oposição criticava. E é bom de se perguntar: por que em quatro anos de Governo Fogaça nada foi feito para que o Fórum Social Mundial voltasse a Porto Alegre? E vou lhe dizer mais, Ver. Nedel: lamentavelmente falta autoridade ao Prefeito Fogaça para trazer o Fórum, falta moral, falta democracia, falta valorização do Orçamento Participativo. Há cinco anos, por exemplo, nós estamos acompanhando a Vila Chocolatão no Orçamento Participativo, participando, decidindo, e nada foi feito. É por isso que o Fórum Social Mundial não volta para Porto Alegre. Ver. João Carlos Nedel, não é o Fórum Social...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Silêncio no Plenário!

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Não é o Fórum Social Mundial que tem que dar conta da crise dos patrões, da crise feita pelos grandes empresários, que levaram o mundo à ruína, criminosamente. A gente vê; a propósito, é muito bem-vinda aqui, de modo oportuno, a Moção proposta pelo Ver. Pedro Ruas, porque, de um lado, os grandes empresários levam o mundo à ruína, mas de outro eles estão se capitalizando. Ontem eu li uma manchete da Pfizer, que demitiu sete ou oito mil trabalhadores, mas adquiriu um laboratório por 68 milhões de dólares no mesmo ato.

Então, veja só, Ver. Nedel, não é o Fórum Social Mundial que tem que dar resposta, são os patrões do crime, do crime financeiro, da máfia, da lavagem do dinheiro, da mentira, da manipulação mundial. O Fórum adianta, sim. Tanto é que V. Exª está com saudade dele, V. Exª está com vontade. Por incompetência ele não vem mais para Porto Alegre. Esta é a questão: lamentavelmente não vem mais para Porto Alegre, porque aqui falta democracia, falta participação, falta respeito ao Orçamento Participativo, falta respeito aos camelôs, falta muita coisa que se perdeu de democracia nesta Cidade. E o Fórum Social Mundial é um grande instrumento da democracia, é um instrumento da inclusão social, é um instrumento contra Davos, contra os empresários do crime! Esta é a verdade que tem que ser dita! É por isso que o FSM não vem mais a Porto Alegre, porque aqui se jogou isso fora!

Claro, é opção da Cidade, é democrático, mas tem que arcar com as conseqüências. Pergunte ao comércio, pergunte aos taxistas, pergunte à Cidade se está bom sem o Fórum Social Mundial nos meses de janeiro e fevereiro. E as milhares de pessoas que vêm nos visitar durante o ano inteiro depois do FSM? E os oitenta milhões? Sim, perdeu investimento do Governo Federal, por quê? Porque Belém, do Pará, os levou. Esta é a diferença! Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo, não é por acaso que o Fórum não vem: porque aqui tinha um Vice-Prefeito, na gestão passada, que falava em Fórum da manipulação, Fórum da enganação, desprezando o Orçamento Participativo. E agora a gente sabe que cada vez ele fica mais longe, porque não são respeitadas as comunidades, as suas reivindicações, as suas decisões.

Eu acompanhei, todos os anos, aqui na Região Centro, as decisões do OP, em que a comunidade da Vila Chocolatão foi a mais ativa, através da liderança da conselheira Fernanda. O Ver. Toni, que foi um membro do Governo muito coerente e muito ativo, lembra disso. Passaram-se quatro anos, está indo para o quinto ano, e nada foi feito. Aliás, no final do ano passado houve uma reunião da CEDECONDH que tratou desse assunto. Basta recuperar as atas que vamos ver os alertas e as preocupações que foram expressas, debatidas e levantadas naquele momento. Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, obrigado pela atenção. Quiçá um dia o Fórum volte a Porto Alegre. Mas é preciso mudar muita coisa, porque assim como está não dá! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero lamentar, Ver. Todeschini, com todo o respeito a V. Exª, as suas palavras, o seu posicionamento. Quero lhe dizer que é preciso, que é necessário, que é imperativo que se tenha muito cuidado com as palavras. A honra e a dignidade das pessoas são preciosas e precisamos conservá-las. Vossa Excelência tenha a certeza de que, de minha parte, na condução da Liderança de Governo, a sua honra e a de seus companheiros de oposição serão sempre respeitadas. Tenho certeza de que a sua manifestação não encontra eco na maioria dos seus companheiros, Ver. Todeschini, que falou a respeito da moral da Prefeitura e da moral do Sr. Prefeito. Eu quero lhe dizer que a moral do Sr. Prefeito e a moral da Prefeitura são inatacáveis. Quando falamos em máfia, Sr. Vereador, temos que nos lembrar e temos que olhar para dentro de nossas próprias casas, lembrar do Clube de Seguros da Cidadania, temos que lembrar do Delúbio, do Zé Dirceu, do José Genuíno, nós temos que lembrar de todas essas questões, porque aí seremos coerentes, inclusive, com a nossa própria história!

Porto Alegre, por mais de vinte anos, tratou os camelôs na rua, inclusive, durante o seu próprio Governo, com coerção. Pela primeira vez, ao longo desse tempo, tivemos a coragem e a capacidade de fazer uma obra que alocasse esses ambulantes de forma digna, para que não ficassem à mercê das intempéries - dias de sol ou de chuva -, porque a cada dia de chuva a Praça XV se transforma numa verdadeira cidade de lona. Como bem disse o Ver João Dib, ali na Rua Vigário José Inácio se constituiu uma barreira, e as pessoas não podiam mais transitar; como na Rua da Praia, de Porto Alegre, onde o comércio é permitido depois das seis da tarde, para um tráfego marginal, porque aquelas pessoas que estão ali têm cerceada a sua possibilidade de vender durante o melhor período do comércio, que é durante o dia.

Pois bem, respondendo a tudo isso, fez-se o camelódromo, deu-se dignidade, deu-se um boxe, e aí todas as críticas, todas as infâmias são levantadas com relação a isso! Chega-se ao cúmulo e ao absurdo de se levantar dúvidas com relação à higidez e à segurança do prédio! E eu me pergunto e tenho perguntado aos Vereadores: quem é que lucra com isso? Por acaso serão os ambulantes? Porque quem vai freqüentar um prédio onde se levantam dúvidas com relação à segurança!? Obviamente, as pessoas ficarão inseguras de entrarem nesse prédio. Não há obra, não há empreendimento que não tenha de sofrer ajustes, todos nós sabemos, não sejamos hipócritas! Os ajustes estão sendo feitos, mas o que é importante, o que precisa ser ressalvado e o que é substantivo nessa discussão é que Porto Alegre, na gestão do Prefeito José Fogaça, entregou aos ambulantes e à sociedade porto-alegrense uma obra da qual podemos nos orgulhar, porque lá está contemplado o comércio ambulante, estão contemplados os micro e pequenos empresários.

Descontentamentos sempre haverá, inclusive daqueles que perdem a oportunidade de vender produtos que são vedados pela lei e porque lá vão sofrer fiscalização. Mas é importante que se diga e que se reconheça isto: está-se dando atenção e está-se fazendo uma obra que é histórica na Cidade. Portanto, nós temos, sim, respeito aos camelôs. E falo isto com muita tranqüilidade, porque, quando estive no Governo Rigotto, construímos o maior projeto de microcrédito deste Estado, eu fui ao gabinete do hoje Ministro Mantega, lá no BNDES, e assinamos um convênio de vinte milhões de reais para dar linha de crédito para micro e pequenos comerciantes. Isso se espalhou em mais de cem cidades aqui, ao contrário do Portosol, que a cada dia mais encolhe.

Da mesma forma, quero lhe dizer com relação ao Fórum, por amor à verdade, Vereador, V. Exª tem um compromisso com o seu mandato, com o povo, com as pessoas que nos estão assistindo nas suas casas: o Fórum Social Mundial saiu de Porto Alegre porque a sua organização assim determinou! O Prefeito José Fogaça fez todos os esforços para que aqui permanecesse! Todos! Estão aqui os Vereadores para dar o seu testemunho, então, não diga isso, que saiu...

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O seu tempo está encerrado, Vereador.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, solicito o meu tempo de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein continua com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Quero dizer que o Prefeito fez todos os esforços. Mas, por amor à verdade, dizer que nós não respeitamos as instâncias populares...?! Nós não só as mantivemos como aprimoramos o Orçamento Participativo. Vossa Excelência, se participou das reuniões, como disse que participou, está lá o Secretário Toni Proença, que era Secretário-Adjunto da Secretaria da Governança, V. Exª bem sabe disso! Sabe ou não sabe? Sabe que foi aprimorado? Concorda comigo? Muito obrigado. Foi aprimorado, continuou o Orçamento Participativo!

Eu quero lhe dizer que nós, que detemos mandato público; nós, que saímos às ruas para pedir voto; nós, que temos um canal de comunicação com a sociedade, que é a TVCâmara, temos que, por amor à coerência, amor à verdade e amor à boa política, ser justos e coerentes quando subimos aqui, quando falamos, devemos fazer críticas que não sejam crítica pela crítica, mas que venham no sentido daquilo que é maior na política, que é o bem comum, que é buscarmos a melhoria da qualidade de vida das pessoas, que é a melhoria da sociedade; aí, sim, as críticas serão bem aceitas. Aí o senhor terá em mim um parceiro leal, fiel, que estará ao seu lado para caminhar ao encontro daquilo que é melhor para a nossa sociedade. Então, repudio de forma muito veemente as palavras que são usadas sem cuidado, ou palavras que possam, de alguma forma, ferir ou macular a honra e a dignidade de pessoas que são ilibadas, sérias e probas e do próprio Governo - a Liderança do Governo terá esse papel muito zeloso.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda no nosso tempo, Ver. Tessaro, eu quero reconhecer - e disse isto ao Secretário Dr. Goulart há pouco - a presteza do trabalho feito pelo DEMHAB na questão trágica da Vila Chocolatão. Essa é uma tragédia que não se resume a Porto Alegre, tampouco à Vila Chocolatão. Nós tínhamos a Vila Areia, a Vila Tio Zeca, a Mário Quintana, a Vila dos Papeleiros, temos a Vila Dique, a Vila Esmeralda, enfim, infelizmente é uma questão brasileira e de alguns países que ainda não venceram essa etapa da pobreza. Nós não podemos é nos apropriar da tragédia das outras pessoas e transformar isso em panfleto político. E o DEMHAB atuou muito prontamente e tem atuado, e eu vi, no mesmo dia, no dia em que se fazia o rescaldo do incêndio, o Secretário-Adjunto e cumprimentei o Secretário Dr. Goulart pelas iniciativas que tomaram na construção das casas emergenciais, na alocação das pessoas.

Agora, é preciso ter responsabilidade. Infelizmente, essa é uma ocupação irregular, e não é a Prefeitura que está dizendo que é irregular, porque a União entrou com uma ação de reintegração de posse, diferentemente do que foi dito aqui, e a área terá que ser desocupada! Não é a Prefeitura que quer isso, mas também eu não posso, o senhor não pode, nenhum de nós pode, no lugar que bem lhe aprouver, chegar e instalar sua casa, não é assim, existem regras no Estado Democrático de Direito! E a Prefeitura está fazendo todos seus esforços para alocar com dignidade - o que é mais importante - essas pessoas. Será encaminhada ao Prefeito a sugestão do Ver. Toni e do grupo de trabalho, nós vamos trabalhar juntamente com o DMLU para ter alternativas no encaminhamento desses produtos para reciclagem, nós vamos trabalhar com o DEMHAB; a FASC já está atuando. O Governo responde de forma pronta com os meios que estão à sua disposição porque respeita as pessoas, tem sensibilidade em relação à pobreza e faz todos os esforços para que a pobreza, que é um mal que atinge todo o País, possa ser, quem sabe muito brevemente, erradicada da nossa Cidade e do nosso País. Se a pobreza fosse tão fácil de ser superada, o seu Presidente, que se diz tão amante dos pobres, já teria resolvido. Esse é um esforço de nós todos, não é só uma tarefa de demagogia e discurso, precisa ser um sentido para o nosso trabalho, e é com isso que nós vamos trabalhar.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, finalmente, eu quero dizer a V. Exas que a orientação do Governo é de que tenhamos dois Vice-Líderes de Governo nesta Câmara de Vereadores. O sentido desses convites é a lealdade ao Governo, e eu tenho certeza de que encontramos isso em cada um dos nossos Vereadores da base, e também o reconhecimento que temos pelas legendas políticas que compõem a base de sustentação do nosso Governo. Foi convidado para isso, e eu queria comunicar a V. Exas, o Ver. Mario Manfro, que é uma pessoa ilibada, correta, digna, um dentista, uma pessoa com atividade comunitária muito importante, tanto que ele redundou a sua eleição, é integrante da Bancada do PSDB juntamente com o Ver. Luiz Braz - também a nossa saudação e o nosso respeito ao Ver. Luiz Braz, ao PSDB. Queremos dizer que ainda está aberta a questão da segunda Vice-Liderança do Governo, que será encaminhada ao longo dos próximos dias do mês de fevereiro, no início da Sessão Legislativa. Quero reafirmar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradecendo este tempo, que o sentido dessa questão das Vice-Lideranças do Governo é esta: lealdade ao Governo e respeito por parte do Governo às legendas que compõem a nossa base. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Presidente Adeli Sell, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero agradecer ao Ver. Valter Nagelstein pelas referências que fez. Quero cumprimentar também o meu colega de Partido, de Bancada, o Ver. Mario Manfro, por ser indicado pelo Partido para estar atuando aqui como uma das Vice-Lideranças em defesa do Governo. Acho que o Partido acerta e aponta alguém que tem muita competência para fazer o trabalho.

Ao mesmo tempo, quero me referir ao Fórum Social Mundial, que recebeu parte dos enfoques nos debates aqui desta tribuna. A única coisa, Ver. Valter Nagelstein, que me fazia ser contra o Fórum Social Mundial era que ele não permitia que outras tendências pudessem participar dos debates travados nas suas reuniões. A juventude do meu Partido, o PSDB, foi expulsa do Fórum Social Mundial e não pôde lá permanecer para discutir os temas que queriam com as pessoas que eram integrantes e convidadas para participar daquele Fórum. Mas acontece que o Fórum, Ver. João Dib, era patrocinado com o dinheiro público! O Governo Municipal de Porto Alegre dispunha de dois milhões de reais para patrocinar o Fórum Social Mundial. Ora, algo que é patrocinado com dinheiro público tem que ter uma participação geral. Ele não pode ser excludente, não pode apenas reunir uma parcela do pensamento da sociedade e excluir o resto! Se envolve dinheiro público, tem que ser um evento que reúna a totalidade dos pensamentos que formam a nossa sociedade. E o Fórum Social Mundial não era assim.

Outra coisa que me fazia ser contra o Fórum Social Mundial, na forma como ele estava sendo aqui realizado, era o excesso do uso de drogas. Uma das barracas ligadas ao Fórum Social Mundial era uma barraca especializada em fornecer drogas para as pessoas que lá compareciam. Então, eu não posso ser favorável a um evento que está de alguma forma mexendo com a nossa sociedade e mexendo com a nossa juventude de uma forma negativa. “Ora, mas lá se discutiam as grandes idéias e transformações da nossa sociedade!”. Eu pergunto: de todos os eventos que foram realizados no Fórum Social, qual foi a idéia que saiu lá de dentro e que causou um efeito positivo para a nossa sociedade? Qual foi a idéia implementada aqui nas Administrações que trouxe realmente grande proveito para a sociedade? Ver. Dr. Raul, V. Exª percorre as vilas desta Cidade, como um médico comunitário, capacitado, experiente, V. Exª viu, sentiu em qualquer canto desta Cidade algum avanço por causa dos debates travados no Fórum Social Mundial? Eu não conheço nada, absolutamente nada! Não houve nenhum avanço!

É claro que sou favorável a que tenhamos, aqui em Porto Alegre, grandes eventos, e é claro que o Fórum Social Mundial era um grande evento. Mas não patrocinado com o dinheiro público e excluindo correntes de pensamento do nosso povo. Acho que, assim, não. E não distribuindo drogas também, porque afinal de contas nós temos que fazer eventos capazes de combater o uso das drogas, capazes de fortalecer a nossa juventude e não para destruir a nossa juventude. Para destruir, já tem muita gente; nós não precisamos patrocinar um evento para que ele venha aqui fazer destruição.

Se alguém puder me citar algum avanço na Administração Pública, algum avanço no trato com a sociedade, vindo dos debates que foram travados aqui no Fórum Social Mundial, por favor, eu quero enaltecer isso que aconteceu, mas não conheço absolutamente nada que foi realmente em proveito da sociedade e que tenha saído do Fórum Social Mundial, patrocinado com o dinheiro da Prefeitura Municipal.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero passar alguns avisos. O nosso colega Vereador e atual Secretário da SMIC, Idenir Cecchim, formalizou o convite da Administração para que os Vereadores visitem o camelódromo; então, ao final da Sessão, nós acertaremos com o Secretário Cecchim um horário para a visita das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores. E reitero o que o Presidente Melo já colocou aqui: a Reunião da Mesa Diretora e Lideranças será na próxima quarta-feira às 10 horas.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta manhã tem propiciado muitos debates sobre assuntos do nosso cotidiano, assuntos que vão desde a crise geral, que progressivamente vai assolando o País, gerando a intranqüilidade de milhares de pessoas atingidos pela “marolinha” prevista pelo Presidente Lula, até situações muito concretas aqui do Município; especialmente dois assuntos têm predominado: o Centro Popular de Compras e, de outra banda, o incêndio na chamada Vila Chocolatão.

Nós ouvimos atentamente a Liderança do Governo, numa manifestação firme, positiva, delimitadora, inclusive, de responsabilidades, e entendemos, Ver. Valter Nagelstein, que, se alguma coisa precisava ser aduzida à sua manifestação, esta seria no sentido de que, no episódio do Centro Popular de Compras, nós não temos a menor dúvida de que, ao final e ao cabo, se chegará ao objetivo. Essa discussão quanto a se o terminal de ônibus está funcionando adequadamente, se o prédio terá a sua conclusão realizada...essas coisas se resolvem. Permanecerá a grande coragem da Administração José Fogaça, que é o que deve ser acentuado, a de procurar enfrentar um problema que é crônico nas grandes cidades, e aqui em Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, nós sabemos perfeitamente bem que vem de muito tempo. Faz alguma coisa como trinta anos que eu passei pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, meu caro Ver. Idenir Cecchim, e, na ocasião, já tínhamos esse tipo de problema, que foi agudizado ao longo do tempo.

A coragem do Governo de enfrentar esse problema é proporcional à reação que tem provocado na sociedade. O impacto que uma mudança substancial provoca é facilmente aquilatado na medida em que o sucesso desse empreendimento representará a consagração da Administração José Fogaça. Então, tem muita gente que torce contra. Esse é o problema. Há uma torcida muito forte para que a coisa não dê certo. Nós temos que juntar os nossos esforços para que a coisa dê certo, para que isso possa vir a acontecer. Então, Ver. Idenir Cecchim, certamente estaremos juntos com a Comissão da Câmara que irá visitar a obra, para podermos entrar numa corrente de defesa desse empreendimento, que pode ser o “Waterloo” do Governo do Município, mas que também pode ser a sua consagração. Estamos apostando na segunda hipótese.

Quanto ao outro grande problema que vem sendo tratado aqui, a gente não pode ser tão otimista na sua previsão, que é o problema da Vila Chocolatão. Nós sabemos que toda mudança que envolve transferência de pessoas de uma área para outra é problematizada, especialmente quando as pessoas se encontram, bem ou mal, assentadas no perímetro central da Cidade e são compelidas a uma mudança para bem mais distante. Então, eu quero, neste particular, Sr. Presidente, convocar o DEMHAB, que é dirigido por um colega nosso, e a FASC, que também é dirigida por um colega nosso, para um trabalho preliminar. Mais do que as medidas concretas de preparação da área, tem de haver um trabalho de conscientização dos moradores da área, pessoas que, de um momento para outro, em uma ou outra circunstância, haverão de deixar essa área aqui. Então, tem-se que trabalhar em cima dessa hipótese, porque, sabidamente, não há condições, não se admite como possível que eles venham a ser consolidados no local onde se encontram atualmente. Eu sei que, no fundo, esse é o desejo de muitas pessoas, mas isso não é viável. Então, é preciso que isso seja enfrentado...

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Seu tempo está esgotado, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu pediria que V. Exª me acrescentasse cinco minutos de Comunicações. (Pausa.) Não tem?

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerramos o período de Comunicações, V. Exª está em Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então, concluo, Sr. Presidente, dizendo que voltarei a este assunto oportunamente, porque ele me parece muito importante e pode servir, inclusive, de exemplo para outras situações que terão que ser enfrentadas na Cidade. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado.

Conforme disse anteriormente, agora, encerrando a Sessão de hoje, combinaremos com o Secretário Idenir Cecchim a Comissão que irá ao Centro Popular de Compras. O Secretário Cecchim fez questão de dizer que, desde o primeiro momento, a Câmara acompanhou a questão da ida a Belo Horizonte - foram os Vereadores Braz e Adeli. Portanto, vamos combinar isso aqui e agora.

Quero também convocar as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores para estarem aqui nesta Casa amanhã, às 9h30min, para a Comissão Representativa.

Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h32min.)

 

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